sábado, 23 de maio de 2009

MEUS IRMÃOS

Sempre disse que amo meus irmãos cada um de um jeito. A Mili foi minha companheira na primeira infância. Brincamos muito juntos, aprontamos, apanhamos do pai pelas traquinagens. Brincamos de missa (eu era o padre, claro) e na comunhão eu dizia "pão conquisto" (ao menos era isso que eu achava que os padres falavam quando eu ficava observando a fila da comunhão na igreja). Uma vez o pai ganhou um jogo de três dardos pequenos e um alvo para ser afixado na parede - um joguinho, na verdade - de um viajante da farmácia. Como eu tinha visto um número interessante num circo, aproveitei os dardos para testar na Mili. Ela ficava estaquiada numa parede, ao melhor estilo "Cristo na cruz" e eu jogava os dardos, que cravavam próximo às suas mãos. Arriscava alguns até próximo da cabeça (que perigo de furar um olho) - queria ser parecido com o homem do circo que jogava facas numa mulher encostada a uma tábua no picadeiro... A Mili também vendia uns chinelos que eu tinha inventado, feitos de papelão com tiras de uma cortina plástica que a mãe tinha descartado. E era ela que testava minhas alquimias quando eu brincava de cientista maluco (aliás, carreguei esse apelido durante muitos anos, há quem lembre até hoje). Um dia misturei farinha com uma goma e fiz um quadradinho de cor vermelha, que ficou parecido com um chiclé de groselha. Claro, dei prá Mili experimentar. Era azedíssimo, porque a cor vermelha vinha do vinagre que eu havia misturado com a farinha e a goma... Enfim, a Mili marcou minha primeira infância. Adoro ela.
O Nando, ah!, essa figura ímpar. Lembro que quando soube que a mã estava grávida, lá em 1970, ansiei pelo nascimento dele, porque achava falta de umc ompanheiro para minhas brincadeiras no pátio de nossa casa lá no bairro do Torresmo. Ficava imaginando como seria brincar com ele dali a alguns anos, quando ele já entendesse de brincadeiras. Ele mal completara 2 anos e já tinha furado com uma faca de cozinha a minha primeira bola de futebol. Levei ele muitas vezes prá pescar no rio Forquilha. Acho que ele deve lembrar disso. Quando ele cresceu e já entendia de "brioncadeiras", infelizmente eu já havia crescido mais e era um adolescente. Não brincava mais no pátio e já não morávamos mais no Torresmo. Mas a nossa convivência foi cada vez melhor. Hoje, além de irmãos somos grandes amigos, confidentes até. Adoro ele.
O Digão, bem, esse é um caso à parte. O bebê da casa. O mais paparicado. Cuidei dele muitas vezes quando era nenê. Levava ele prá passear e adorava pegar ele no colo e brincar com ele. Cresceu aprontando como o Nando. Sempre foi meio desmiolado e saiu de casa meio cedo. Foi tentar a vida em Bento, onde encontra-se até hoje. Sem dúvida o mais festeiro de todos. Um "bom vivan", com certeza puxando ao seu Bernardo, que adorava uma festinha com os amigos. Dia desses eu conto algumas passagens de cada um.
Adoro também o Digão.
Amo a todos vocês, meus irmaos queridos!

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